A internet e a pornografia
(publicado na Revista
Internacional de Espiritismo em agosto de 2019)
O acesso à pornografia, que
se dá na maior parte das vezes, pela internet, guarda um problema moral. Ter a consciência
deste problema é de fundamental importância para iniciarmos a reflexão sobre o
tema.
Toda vez que apertamos a tecla “enter”
em um vídeo pornográfico, normalmente abrimos um portal de sexo. Deste modo, é
todo o conteúdo deste portal que estamos ajudando a manter. Porque, quanto mais
acessos, maior é o sucesso do site, maior é a quantidade de propagandas, maior são
os números de sites parceiros, maior é o número de novos vídeos a serem
produzidos e anexados. Isto quer dizer que estamos participando e por sua vez
adquirindo uma cota de responsabilidade (1), na divulgação de todos os vídeos, inclusive
os que mostram práticas sexuais doentias, extremamente vulgares ou de profundo
mau gosto. Pensemos.
Outro problema na pornografia é
de começar gostar de vídeos com temáticas bastante problemáticas ou imorais.
Não podemos esquecer que somos espíritos herdeiros de outras reencarnações, de
nosso passado. Assim, um bom número de pessoas tem desejos sexuais que precisam,
para dizer o mínimo, de reeducação. Ninguém pediria para um alcoólatra se
redimir em um bar. Ou de um viciado em drogas, largar o vício visitando zonas
de consumo. Da mesma forma, a exposição
do indivíduo a determinadas imagens, ou vídeos degradantes encontrados na
pornografia, podem ser verdadeiros estímulos para que o ser volte a práticas
sexuais pretéritas menos dignas e com isto adie ainda mais sua evolução
espiritual.
Outra questão é a obsessão
espiritual de natureza sexual, que pode ser facilitada pela visão contínua
deste tipo de conteúdo. Fiquemos atentos. Se ainda não deixamos a pornografia
de lado é bom que a deixemos o quanto antes, principalmente quando certas coisas
que eram repugnantes, de início, agora são familiares ou pior, desejáveis. Quando
o tempo que passamos assistindo o conteúdo pornográfico aumenta consideravelmente
com o passar dos dias. Quando o desejo de entrar em contato com a pornografia
acaba sendo tão forte a ponto de atrapalhar os afazeres cotidianos ou
profissionais. Ou ainda, quando a nossa razão procura tornar aceitáveis
conteúdos imorais, como, por exemplo, a pedofilia, o incesto, o estupro, ou a
zoofilia. Se não vigiarmos, tudo ficará mais complicado já nesta reencarnação
ou nas subseqüentes, com o desenvolvimento de um psiquismo doentio na área
sexual, juntamente com obsessões espirituais de difícil tratamento.
Devemos compreender que ninguém
fica depravado sexualmente do nada. As perversões começam em algum momento,
nesta vida ou em outras vidas. Normalmente, nos permitimos, deixamos
acontecer e sutilmente vai se apoderando de nós. E como em qualquer outro vício,
precisaremos de ajuda para nos reerguer. Mas quantas reencarnações difíceis,
quantos sofrimentos, quantas situações amargas, estarão longe, simplesmente ao
dizermos não, com todas as letras, não, a certos caminhos que nossa vontade nos
induz a trilhar? A pornografia é um ambiente onde teremos que aprender a dizer
não, caso o contrário lamentaremos depois. E dizer não quer dizer, dominar as
energias sexuais para não ser dominado por elas. Dizer não quer dizer, afastar já
no começo, as influências negativas, prevenindo obsessões de conseqüências
lamentáveis.
Podemos fazer uma comparação
entre a pornografia e um lixão.
Dificilmente entramos em um lixão sem nos sujarmos, sem nos contaminar
com algo. E quanto mais para dentro formos mais sujos estaremos, até que não
haverá muita diferença entre o lixo e nós. Somente um espírito bastante
iluminado pode andar nas trevas sem que as trevas o envolvam. Mas este não é
nosso caso, pois somos espíritos em aprendizado, frágeis em muitos aspectos.
Mas é bom que se diga que
não devemos deixar a pornografia, somente por medo de que alguém nos veja, (2),
ou por receio do assédio da espiritualidade inferior. Nós devemos nos
desvencilhar do conteúdo pornográfico porque, e principalmente, não nos
encontramos mais nele. Não mais nos identificamos com ele. Nossa atitude em relação
ao sexo mudou em comparação ao que éramos antes (3).
Então, precisamos nos
perguntar, não somente na pornografia, mas em qualquer outro meio em que o sexo
apareça: qual o contexto na qual determinada cena se realiza? Quem são as
pessoas envolvidas? Existe o mínimo de respeito entre os participantes? As
pessoas estão realmente livres e conscientes do que estão fazendo ou há
indícios de uso de drogas ou álcool? Há algo ilegal ou imoral acontecendo? O
que a cena induz aquele que está vendo?
Aos poucos, o sexo vulgar que
nos aprazia, se tornará cada vez mais estranho. O uso do corpo do outro, como
objeto descartável, chamará cada vez menos atenção. O sexo sem amor, sem
carinho, sem envolvimento, sem espontaneidade, sem comprometimento, será para
nós, um sexo sem alma. Porém, este caminho evolutivo pode não ser tão fácil. O
sexo animalesco, bizarro e até bestial ecoa ainda de nossa ancestralidade
reencarnatória na forma de arrastamentos quase irresistíveis, quedas morais,
desejos escusos, franquezas sexuais das mais diversas, falta de retidão moral e
controle sobre si mesmo. Por isto,
tantos casos de pedofilia, estupros, abusos sexuais, atentados ao pudor, filhos
indesejados e casamentos desfeitos. Entretanto, todos os espíritos, até os mais
brutos, pela Lei do Progresso, encontrarão existências onde eles mesmos,
transformados, viverão relações humanas que adquiram sentido muito mais pelo
espírito do que pelo corpo.
O Espiritismo não é contra o sexo, entende
como perfeitamente normal o aspecto físico e intenso que ele tem. Porém,
lembrará sempre ao ser humano encarnado da dimensão espiritual na qual está
inserido e da qual sempre fará parte.
(1) No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo
XVII em O homem de bem encontramos: “O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a
lei de justiça, de
amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga
a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa
lei...”
(2) Ler questão 457 do Livro dos Espíritos: Podem os Espíritos conhecer os nossos mais
secretos pensamentos? R: Muitas vezes chegam a conhecer o que desejaríeis
ocultar de vós mesmos. Nem atos, nem pensamentos se lhes podem dissimular.
(3) Melhorando moralmente e combatendo nossas más
inclinações estamos nos prevenindo de obsessões.
Fausto
Fabiano da Silva
Bibliografia
KARDEC, Allan. O Livro
dos Espíritos. 67. ed. São Paulo: Ed. Lake, 2007.
KARDEC, Allan. Evangelho
Segundo o Espiritismo. 85. ed. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1982.
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